quarta-feira, 27 de abril de 2011

O desajustado Pacto Federativo Brasileiro: Planos e Politicas de Estado.

     Caros leitores (quanta presunção a minha), com certeza os mesmo não devem se lembrar de um post homônimo (para os esquecidos, cliquem aqui) que eu já tinha colocado aqui, esse primeiro post era só um, que morria em si, em tese, porém o ressuscitei, pois vi nele uma linha lógica, não tão objetiva e clara, mas se interliga com os pontos demais. Pois bem, resolvi dar seguimento a este post e fazer dele uma série, uma série um tanto quanto desengonçada, como já havia confessado no inicio, entretanto ela vai se ajeitando conforme o caminho (espero).

     Comecemos então, o primeiro post relatava o pseudo sistema eleitoral democrático brasileiro, mais precisamente o processo eleitoral dos Deputados Federais das unidades federativas, os estados brasileiros, que apresenta uma distorcida forma e uma afronta a princípios fundamentais de uma democracia e de nossa constituição. A partir deste gancho, darei continuidade ao raciocínio.

     Os já eleitos deputados, representantes do povo segundo a carta magna, e como tal, deveram cumprir para com os deveres que o cargo impõe a aqueles que nele se empossam. Sendo assim, nossos deputados devem trabalhar para a formulações de leis e politicas públicas para diversos assuntos como saúde, educação, segurança, infra-estrutura, economia, previdência social, que além de criar lós e implementar os mesmo, deve fazer ainda com que tais politicas sejam a longo prazo, definindo o rumo que se dará a cada uma delas.

     Isso é de fundamental importância, tendo em vista que com um rumo traçado, claro e objetivo do que se ira realizar nestas áreas, impede que se cometam erros, sucateamento e a má administração e funcionamento dos órgãos da área. Além também de se evitar as obras e reparos eleitoreiros, usados para fins de pura promoção pessoal para próximas eleições. Tais politicas públicas e leis visam colocar metas e obrigações que devem ser cumpridos.

     Vamos dar um exemplo, suponhamos que se realize um Plano Nacional para o Progresso Científico, certo, o que o Brasil precisa para crescer na área cientifica nos próximos 10 anos (geralmente os planos de politica pública no Brasil são decenais, ou seja, são de 10 anos de duração)? Dai se realiza diversas audiências públicas, na qual a sociedade como um todo é convidada a dar sua opinião e sua sugestão a tal plano, também, é claro, se consulta as pessoas especialistas da área para se tenha um enriquecimento do assunto.

     Certo, depois de várias audiências públicas com diversos acadêmicos da área e com a sociedade, o projeto vai para o Congresso para ver sua legalidade e outras questões legislativas, Mas do que as metas, objetivos e obrigações que esse plano exigirá, também é importante salientar que ele pode cobrar uma porcentagem fixa do orçamento de cada ente federativo (União, estados e municípios), para que se tenha verba para a realização e manutenção desta politica pública, no caso, a do Progresso Científico.

     Com já relatado, as politicas públicas, ou planos nacionais, como o leitor e a leitora preferir, são importantíssimos, pois colocam em funcionamento ações para melhor atender a demanda da sociedade por tal serviço público, e garante a sua qualidade, continuidade ou expansão, com uma fixa parcela do orçamento dos estados, municípios e da união (governo federal). Ainda mais, evitasse os famosos remendos e ações provisórias, como obras de ultima hora de 5° categoria que só mantem em estado de deterioração em vez de melhorar a situação ou o órgão, além do possível sucateamento do serviço devido a instabilidade da verba ou sua diminuição.

     Muito que bem, mais onde entre a “linha de Raciocínio” meu caro blogueiro? E eu vos respondo, se a Câmara dos Deputados formulassem tais politicas, não haveria a necessidade de se ter a desculpa da existência desigual de deputados entre os estados, pois planos como esses já tem o nacional no nome, ou seja, não existe favorecimento para certos estados e detrimento dos demais. Além do mais, da velocidade e qualidade nos trabalhos do congresso nacional, já que grandes partes dos planos nacionais já estariam em funcionamento para a solução dos problemas, fazendo com que este poder cumprisse somente o seu dever constitucional primordial, o de fiscalizar a administração da maquina pública a fim de se evitar transtornos ao país. 

     Mesmo assim, é necessário que o povo faça pressão para que nossos “nobres” parlamentares, presidenta e ministros, para que tais planos saiam do papel e se cumpram, para que a sociedade tenha serviços públicos de qualidade, pois os impostos que pagamos com certeza mais do que suficiente para pagar estes serviços e garantir sua qualidade.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Aos meus tairas, meus auês

        Que estes meus tairas, cantes o que eu não consegui expressar, pois é tanta brutalidade, injustiça e selvageria, que em um simples texto, este guarani não pode redigir. E que um taira azteca seja mais verdadeiro em sua fala do que eu em minhas letras.


- João Piatã Ibiajara - 

 




Video: Discurso do Cacique Guaicaipuro Cautemóc a os chefes de estado da Comunidade Européia, narrado por Antônio Abujamra.

Musicas: Indio - Legião Urbana
             Cinco siglos iguales - León Gieco /Interprete: Mercedes Sosa
             Todo dia era dia de índio - Jorge Ben Jor /Interprete: Elba Ramalho
             Cancion del derrumbe indio - Fernando Figueredo Iramain /Interprete: Piero

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lira aos Cartunistas

Dedico este meu trovar ao cartunista Louiz, grande camarada.

Bardo de traços e contornos
Formas e cores
Tatuas no alvo papel
O que tens esboçado na alma
Materializas devaneios
Ilustras pensamentos
Escreves por desenhos
Rediges em imagens
Desenhas fantasias
Que no papel se cria
No contorno ganhando vida
Num transmutar do sonho
Que por fim se concretiza

Lhe invejo
Menestrel da Terceira Arte
Pois de uma imagem
Faz milhares de palavras
Gritos oculares
Num rápido olhar de sua criação
Já declamaste um discurso intenso e extenso
E ainda faz da imagem entendida
Coisa que a escrita não explica

Eis contraventor, anarquista
Bendictus Subversista
De papel, lápis e tinta
A riscar
Formas que fogem do real
Que é mundano, irracional
Cinza, frio e bruto.

Senhor dos Quadros
Que enquadra fatos
De cunho real surrealista
Imaginário realista
Desta vida corrida
Que em sua ironia
Ilustras paralitica

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ditadura Militar: uma história tão sombria quanto seus feitos

    Na data de 1 de Abril de 1964, o que muitos desejariam que fosse mais uma mentira, não foi, fruto de um plano macabro de origem conservadora-ianque, formado por grandes midias como Diarios Associados, Folha, Estadão, Rede Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã, empresários, Igreja Católica, politicos e massa manejada da direita, Forças Armadas, e a cabeça do plano, os Estados Unidos. Conspiraram contra a soberania do povo e Estado Brasileiro, através da força moveram tropas para depor o então presidente eleito direta e democraticamente, João Goulart, conhecido pelo apelido "Jango", esses fatos ocorreram na data de 31 de Março de 1964, tornando o 1° de Abril o dia que durou 21 anos de violência, autoritarismo, terror, dor, sangue e um genocidio de ordem cultural, social, econômico e humano que ainda mostra suas nefastas consequências e heranças.

    Independente de ser de direita ou esquerda, fatos são fatos, nenhuma alegação pode anistiar o crime hediondo que é destruir uma democracia e instaurar uma ditadura, consentir com suas ações e omissos. Isso foi o "Golpe Militar de 64", um intervencionismo estadunidense com respaldo da direita e das forças armadas, que fez nossa Divida Externa crescer astronômicamente, sequestrou, torturou, matou milhares de cidadãos, cerciou e tirou direitos fundamentais como a de livre expressão de ideía e opinião e de manifesta la, o direito ao voto direto para presidente, governador e prefeito, fechou casas legislativas como o congresso nacional e assembléias legislativas, fechou e proibiu a existência de sindicatos, partidos politicos e sociedade civil organizada como a UNE e tantos outros. Fez familias mutiladas, pais sem filhos, e filhos sem pais, nem ao menos o direito de enterrar e velar seus entes.

     Diante disto, diante dessas atrocidades, nunca podemos deixar que tanto sangue, dor e luta, que cimentaram e fundaram a nossa jovem democracia, nossa constituição e nossas liberdades e direitos, como este de manifestar a opinião sem represálias ou retaliações, e tantos direitos fundamentais, nos quais hoje desfrutamos sem nem ao menos saber quanto esforço e sacrificio foi para conquistar, seja jogada fora, como se guspissimos nos tumulos daqueles que lutaram, e pagaram a altos preços por um país melhor. Por eles que devemos, e no minimo ato de respeito que devemos para com eles, heróis conhecidos e desconhecidos, é avançar por uma melhor democracia e país, com mais justiça, igualdade, dignidade, salário justo, sem exploração e corrupção. Para que não precisemos pagar novamente tão alto preço com sangue, vida e dor por uma democracia, por direitos e liberdades.

     Esse é o minimo que devemos a eles, respeitar e fazer valer a nossa constituição, lutar por melhores condições de vida e trabalho, por educação, saúde, segurança, transportes, fazer valer a palavra "cidadão", fazer valer nossa vontade, não é o povo que deve temer ao seu governo e sim o seu governo ao povo. Deixar que destruam o que foi tão custoso erguer, não é desleixo, é ser comparsa de tal abominável crime, é consentir com tal monstruosidade.

     Tendo em vista que isso é somente a história superficial deste periodo, imagine o que não guarda os arquivos do exército, marinha, aeronautica e do governo deste periodo tão sombrio da história do Brasil, que em uma democracia e num espirito democrático que vive nossa nação e as instituições nacionais, devem ser abertos e julgados todas as ações desumanas cometidas contra o povo, além de julgar, deixar aberta ao povo, para saber quanto tão horrendo é uma ditadura, e para que as familias possam velar seus mortos, e o país sanar de vez essa ferida aberta por causa de tanta coisa nebulosa e escondida, e mesmo que se feche, que fique a cicatriz para nos lembrar sempre deste periodo que prefeririamos não ter nas páginas da história de nossa gente. Diante disso, coloquei um link no começo deste blog, um abaixo assinado da OAB do Rio de Janeiro, que pede a abertura dos arquivos do periodo do regime militar. Participe, assine, ajude o Brasil a fechar de fato essa pagina tão negra e sanguenta.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Pausa para a Poesia: Ismáila - de Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimaraens